2011/04/23

Deixa Sangrar

       "Deixa Sangrar"  





Deixa pra sangrar depois
Regado em seus braços, só nós dois
Que o mundo gira em torno do depois
Que acordamos de tanto amor.


Deixa pra sorrir, quando me beijar
Cada dia eu quero o seu paladar
Minha vida em um minuto
Seu sorriso e suas curvas fazem-me delirar.


Deixa pra sangrar quando passar
Outra hora a gente põe a casa abaixo
Quebro o rumo em seus braços me desfaço
Pra a gente poder num mundo poder se doar!


Mas seu sentido é proibido
Rasgo as vestes minha de mendigo
De um molhado beijo seu.


Com a herança dos monges
E na escola de plebeus!



Czar D’alma - Escritor & Poeta. 


Asas Do Abandono

       "Asas do abandono"  








Obrigado pela asa emprestada...
Por me ensinar a voar.
Pela noite mal dormida
Por querer viver sem amar


Talvez assim, eu fico mais livre de mim
Desde quando os dias ficam mais novos
Se você nem vem com eles, nem traz o gozo
Do prazer de voar com asas do abandono...


Obrigado Por me ensinar precipícios
O que fazer quando chegou o início
Do fim, das querelas sem benefícios
Do mar e das gaivotas que amam o sul


Mas desde que adotei suas asas
Eu vôo sempre pro sul de mim
Acordo ao norte de um querubim
As mentiras que criei pra te fazer feliz


Não cabem mais, em tudo que és e somos
Mas das asas do abandono eu percebo tuas dores
Mentiras perfeitas
Bebedeiras sem receitas...
Vem e voa de volta, pra mim.


As asas do abandono me levam
Mas nunca me trouxeram a elegância
Das gaivotas,
Dos sem amor e idiotas
Dos espelhos quebrados
Dos lábios molhados
Das medidas infiéis
Das noites sua em bordéis
Das mulheres que não te amam
Dos segredos que te enganam
Dos versos que, roubamos
Dos poetas cheios de planos
E das maresias azuis...


Mas quando lanço vôo
Com as asas do abandono...
Só assim,


Sou feliz!




Czar D’alm


2011/04/22

Lágrimas Ao Mar

     "Lágrimas  ao  Mar"  




Quero olhar as ondas do mar
Bater...
O sol e as lágrimas nelas em sal
Se derreter.


Quero olhar as ondas do sal
Saírem sem ao menos me derreterem
Colidir com o meteoro do segredo
Que há em ti, sim, por amor a ti...


Quero me banhar de seu olhar
Em frente a mar, enfim amar
A proposta nossa eterna
Deu fim ao nosso lado fera


Enfim, do mar em sal, me definir
Das lágrimas não vertidas
Deixar aquela carta de amor sem fim
Por tudo que, você fez de si e não de mim...


Colhendo mentiras de vozes loucas
Abrindo latas em meio às cisternas rotas
Vertendo em sangue as milícias tortas
Que caíram do céu, sem amor e sem rota


Mas a vida ainda te nota
Pescando lágrimas...
Junto aos idiotas,
Pelo amor que te venera


E que me enxota!





Czar D’alma   Poeta



2011/04/20

Feliz Berço

       "Feliz  Berço




 



Meu amor não temas!
Sou uma mulher apenas
Minhas folhas são largas
Cedem ao som de tuas páginas


Meu amor refine o cetim
Miríades de anjos em seus olhos
Por ter tanto medo de ser feliz!
Ah menino homem segure-se em mim!


Aborde o silêncio, questione seus erros
Apague as mazelas onde a felicidade faz prelo
Seu sangue justo não sabe, nem pode rimar...
Com as fábulas que, cuspiste no dom de amar.


 Não temas mais, não
A estrada aberta é o rio
Que sem direção
Há de levar-te ao seu próprio nada.


Quimeras de bestas ao seu redor
E eu com vontade de lhe acordar...
Mistério é o amor e se não for
Não entres em nada que não cumpras.


A tal feliz berço de dor!





Czar D’alma



Amor Em Juízo

       "Amor  em  Juízo" 








Meu amor não te faça assim!
Não despreze o calor que há aqui
Desde ontem eu me vi, sem pés, sem chão
Aperte a inocência, me devolva tua mão!


Meu amor não saias de dentro de meus sonhos
Minha roupa, nossos lençóis, minha saia.
Nem é verão te vejo no mar, na maresia da praia
Mas se fores desta vez, me encontres em outras raias.


Meu Amor demorei uma década pra lhe encontrar
Mas sei que nem mesmo num século, deixarei de te amar.
Palavras frias, cartas nas mãos e lá se vai outra desilusão
Dos momentos que guardei, enxuguei com minhas petições


Juízos e comarcas, reis e autocratas...
Fiz de minha vida um tribunal com as mágoas.
Vou requerer até o ultimo recurso dessa paixão desenfreada
Frase minha em tuas calças, hão de imprimir minhas dádivas...


Que estas lhe tragam a mim
Deixar de te amar não é uma trégua
Mas a minha, o meu júri...
É rio banhado em lágrimas


Pelas minhas vestes
Jamais te deixarei sair de mim
Vou te xingar desde o Japão
À costa do Marfim.


Queimo as suas páginas
Deste livro engravidado de hidras
Essa mulher que me há em mim me xingas
Quando fizeste nela a minha própria Hiroshima...


Ah meu Nagasaki do ser
Despe teu medo, me afogue em prazer
Dou-te rios, mares, beijos ou tomates
Se atracares no meu porto de enlaces...


Dias frios, noites em chama, jamais...
Vou jogar tua roupa na rua
E a rua, que me jogue no chão
Senão reinares em meu colchão.


Pelos séculos que virão
E pelos os que deixamos de viver
Por amar de forma que perdemos
E no amor lindo e sutil que não cremos...


Pelos beijos molhados
E pelas sentenças em tribunais
Me larga essa sua cúmplice
E me cumpra mais um cárcere


Pelo amor que,
Não vivemos jamais!
Mas os êxtases são meus...
Não darei notas e mentiras fugazes...


Onde tu eras o meu Édem

E eu o orgasmo!




Czar D’alma