2011/10/07

Quando os Raios Partem

            "Quando os Raios Partem"   





                                 



Quando os raios rasgam os céus
Eu me lembro de você
Quando as coisas de mim se esvaem
Eu to com vontade de lhe beber.


Sei que o mundo sorri pras crianças
E tento depois de tudo, ser assim...
Com lágrimas nas pálpebras e um colar
Pra tentar que tudo o mais, possa sorrir mentir.


Os dias e as noites estão em meio à foice
Mas entendi que, tu te foste sem se despedir
Um momento ao seu lado, uma eternidade pra sentir
Que quando os raios partem os céus, tu assim partiste a mim.


Esses raios em noites e tempestades
Onde só eu sei, como a vida arde
Querendo as coisas que, passaram
Abraçando o seu medo covarde...


De me amar e ser feliz
Preferindo até mesmo se iludir
Ateando fogo em minha seara
Cuspindo desilusões, corpo frio pode vir.


Então eu olhos os raios
Eles não me assombram mais
Querendo o doce beijo de um cristo
Acordei ao lado de um Barrabás.


Eu não desisto de amar
E procuro ir até o fim
Mesmo que olhando em minha cruz
Um ladrão de meu caminho me faça desistir


Eu sou tua e vou agora
Despindo-me de seu gesto
Amando os seus medos
E morando em meu deserto.


Agora sei... Assim
Estamos 






Pertos!







Czar Dalma
 



Beleza do Mundo (Como a Vida É)

            "Beleza do Mundo" (Como a Vida É)   





                    



É impressionante
Como quem, sempre é mal-educado
Quer dar lição de educação.
De como quem, manda muito
Jamais quer pedir perdão


É meio hilariante eu sei
Mas quem, mais acusa
Nunca percebe o quanto
Que é vacilão.


Acho estranho, quase me calo
Mas quem dá lição de moral
Quase sempre dá de cara
Com sua própria ambição.


Sinto graça, caio de rir
Quando percebo
Que quem muita explica
Nunca tem verdade pra vestir.


É hilariante, quase imbecil
Mas quem diz que o exterior é importante
Quase nunca tem importância no Brasil.


É estranho quase hilário
Que quem cuida da fome
Não tem dinheiro, não tem poder
Mas, quase nunca se veste de vigário.


Essa vida me dá graças
Outras horas, vontade de chorar
Quando entendo que, quem me ama
Quase nunca parou pra me acusar.


Dou de riso, me calo, me confundo
Quando olho pra toda essa gente
E ainda vejo e creio...
Na pueril, beleza desse 





Mundo.








Czar D’alma



 

2011/10/04

Apagar das Luzes

            "Apagar das Luzes"  




                         



 
Sinto o gosto do mar
Ao do seu beijo lembrar
Canto com a vida
O que só a maresia dá


Sinto gosto daquele beijo seu
Do calor que em mim habitara
Foi por ti que em mim, algo ardeu
Eu sou o náufrago do amor em apogeu


Sinto gosto das coisas doces
E quase sempre me amarga a língua
Com seu sorriso compus o nosso amor
Onde nem sei da verdade o que foi mentira.


Quando me lembro do mar
O seu beijo me enche d’água a boca
Vou rasgando as nossas vestes
Quem se importa com a roupa.


Eu sinto saudades do mar
Por causa de um beijo seu
Pode ser engano e que seja
Mas foi assim que a felicidade me doeu


Então eu tenho sede desse mar
Que me invade toda a noite
Quando digo aos olhos, não chorar
Isso arranca o coração com sua foice.


Então sedento namoro o mar
Pra minha sede de seu corpo secar
Onde ponho as minhas imaginações
No leme que, nem sei donde virá.


Secando os lábios pra não degustar
O que a sua língua sedutora me dá
Eu volto pra debaixo da minha cortina
Eu tenho que 

Fechar a janela,

Apagar as luzes...

E ir 




Deitar.







Czar D’alma 




Essa Velha Criança em Mim

            "Essa Velha Criança em Mim" 




                       




De cada folha caída verter a esperança
Às margens de uma dança, quase Ipiranga
Onde o índio sonha e a cidade toma a lança
Ressurge o homem da inspiração, jactância.


Por cada pôr do sol que há em mim
Atravessar o rio que, me desnuda do fim
Olhando os cabrestos dos quais me arrendi
Canto a minha canção nos olhos de criança


Quem sabe da vida a dança
Quem se embriaga de esperança
O homem que há em mim
Que adormece na mulher com ciranda


Eu ponho meu pé na estrada
Vou e vôo com a minha jornada
Bebendo o lírio que nunca cansa
Eu sei que, mesmo velho sou sempre criança


Eu tenho uma saudade nua
Um monte de mentiras pra dormir
Mas são as minhas pisadas que me ensinam
Pra nunca amar o que ensina a mentir.


Quero o anseio da amada mulher
Acordar entre amigos, irmãos, ter fé
Na aurora da vida, poder com Deus falar


E quando enfim a lápide se armar
Eu desnudo e contente
Poder ir 




Deitar.






Czar D’alma




Fim da Memória

            "Fim da Memória"  




                         




Aquele beijo que não lhe dei
Deixei marcado na agenda que rasguei
Fora com o tempo a vida a lida que, embriaguei
Mas nos meus passos sim, me cambaleei.


Eu ainda sou um rei
De reinado sem glórias
Não fiz ninguém refém
Apenas eu fui da minha própria história.


Tenho saudades do beijo que sonhei
Era linda a juventude que guardei
Nesse corpo velho de outrora


Ainda beijo sim, essa amada alma
Que me invade todas as noites
Acordando-me avassala a calma
Quem me dirá as pegadas da memória.


Eu já nem sou um rei
Fui apenas equilibrista da minha lei
Desmontando castelo que do medo me viciei
Um bobo da corte que me vejo em cada dia e hora.


Então é outro dia, com a mesma vida
Escorrego com a mente na piscina da lida
Com a vista turva, me turbo a disciplina
Vai se escoando de mim a vida sem pretória


Eu ainda canto com minhas cordas vocais
Onde nuns dias sou rei, cristo e palhaço
Mas de mim a vida já se foi e sequer deixou
Na minha agenda alguma moratória.


Esse é o fim de minha 





Memória.








Czar D’alma