2012/01/26

Curas & Doenças

            "Curas e Doenças"  




                       





 

Quando eu vislumbro as cores
As coisas que plantamos
Das mesas feitas e do que somos.
Eu me sinto em ti, feliz!

 

Quando os dias passam
E as noites vêem atrás
Dou de cara com meus medos
Coisas que não ouso dizer veraz

 

Quando em quando o silêncio me acompanha
Sinto saudades dos delírios e do que nunca se perde
Quando se esta ao lado de quem ama numa cama.
Cada peça dessa casa te declara e o meu corpo te chama.

 

Os meses que ficamos num mesmo corpo
E o espaço que brota da ausência em torpor e clemência.
Quando em quando eu sou um sonho
E tu a minha paciência...

 

Hoje eu declaro coisas sem vernáculo
Sou-te tua de corpo inteiro...
Uma hora sem teu cheiro
E já me perco em desejo.

 

Por que as horas e os meses
Não hão de tomar o que plantamos...
Sementes quentes, doces planos...
Quando um era o tormento o outro

 

Era a eutanásia, o fermento...
Ou a anestesia do enfermeiro.
Então és e somos a doença
E a cura, sem 




Curandeiros.


 


Czar D’alma  –   “Curas e doenças”




É que você não sabe

       "É que você não sabe"  




                




 


É que você não sabe...
Quando abro os braços o mundo cai
É em nossos momentos que declaro
Que venço a dor que esta aqui

 

É que tu não intentas
De quanto sofro
Pra quando a noite chegar
Eu poder lhe ver sorrir.

 

A vida pode sim, não ser assim...
Pois quando a noite desaba
E os meus abraços abertos deportam
A solidão que está no meu porvir

 

Quando eu choro no chuveiro
O meu discurso desaba por inteiro
Como prédio no Rio de Janeiro
E eu me sinto estrangeiro.

 

É que você não sabe...
Quando os meus braços me apertam
É em ti que estou pensando, somando, sonhando
Um sonâmbulo de meu próprio dia que é per si

 

Um dia de chuvas pra molhar a minha face
Por que o mundo sem ti, já não me cabe
Então eu abro o que você não sabe
Te amando até o fim!

 

Sem mim no lado inteiro
Mas completa ao lhe ver
 




Existir.


 



Czar D’alma  –  “É que você não sabe”



2012/01/25

Quando o Sol Acordar

       "Quando o Sol Acordar"  




                    





Quando o sol acordar não chore
Deita a solidão à própria morte
Delira os sonhos teus...
Onde os deuses têm xote.

 

Quando o sol acordar, caminhe...
Sonhe com seus medos, abrace os filhos
Por que as almas vão para os seus segredos
Onde lá não se meneiam os desejos.

 

Um dia de sorriso e a vida continua
A garota que passa e um menino na sua.
Cada delírio tem seu domínio, seu hino...
O sol acorda e a gente já nem se fez menino.

 

Por que os colírios mentes em nome do trato fino
Quando o sol acordar lembre-se que és desatino.
Enquanto os raios lhe invadem procure a tua sombra
O real desejo de quem não é mais a fuga, o centeio e a onda.

 

Quando o sol acordar leia seu livro...
Desabroche a colheita de quando eras sentido
Um ser que aponta os mais lindos saberes mentindo.
Por que as coisas se vão e as pessoas também...

 

E a vida já não é de mais ninguém.
A não ser do sol que fica
Enquanto a gente diz – 




Amém!








Czar D’alma  –  “Quando o sol acordar”



O Homem que Há em Mim

       "O homem que há em mim" 




                      




O homem que há em mim
Desponta e dispersa a solidão
Por que o amor não requer seu fim


 

O homem que me habita
Desola a própria sorte
Vai navegando à cordilheira
Não teme mais a morte.

 

Eu sei que o homem que aqui jaz
Não cumprimenta a desolação
Onde os homens esquecem-se do que a vida faz
Notando o vislumbre de cada manhã, cabe ser veraz.

 

Quando o homem acorda
Olha para o lado sente do coração a horda.
Coisa que a praia não seca e a sede não nota
Olhando cada coisa a vida sente-se livre na ponta da borda

 

O homem que há em mim não quer mais
Lutar contra o que é forte senão ser o próprio samurai
Onde as marés desabrocham lágrimas por que a vida se vai
Quando em quando o homem que há em mim se vence...

 

Nem se importa mais.



 





Czar D’alma –  (O homem que há em mim)