2016/05/30

“Os seus avós” - Czar D’alma.

  
Os seus avós”   -  Czar D’alma. 






Os seus avós”   -  Czar D’alma. 




Os homens estão cantando em volta à roda
A menina de vermelho saiu pela cântico irônico aveludado
E um monte de índios estão de volta ao campo de batalha
E a roma de suingue não volta à rebolar...




Quem não ama o verso do baiano
Não veste o chico de bons conhaques





O dia da fantasia nasce entre os medos
E no meio da noite alguém grita em Iorubá.
E eu que sou vizinho de João do Vale vou pra lá
Não me valho do negro Amado do Maranhão, que paixão.




Enquanto Sartre entre as ruas de minhas pernas
E o amor avassala o Rio quero que você venha comigo
De verde, vermelho, de risos e abrigo




Não existe aurora abaixo do Equador
Não existe sombra no lado de fora do amor.




E a gente finge que é olimpíada e a piada
Sobe o morro e o Amarildo que não aparece
Quem versa a verdade e nunca cresce.




Quem odeia o riso e não ri disso também
O homem que anda no sertão está na cidade, amém!




Ontem eu estava na vaia do carnaval
Hoje eu corro entre aquilo que é marginal

Nem todo dia a gente morre de amores
Luis e a melodia em meio as maiores dores





Sem samba a poesia fica em dó menor.
Cadê a democracia que me faz melhor
Não há ilusão na lente da ironia
Enquanto procrio eu procuro Amarildo.




Sem dança a moça não abre o barracão
E o velho preto não anda mais em meio aos arrastões
De frente com Gabi não existe melhor afasia
Meu pulmão agarra a mão da alma sombria.




E os dias passam, os versos não acolhem os verbos
Se de dia eu canto, a noite me desencanto...
Por que subiram o morro à procura de delírio
Quem anda com arma na mão, não acha poesia no colírio




Enquanto a gente conta a vitória do futebol
Amarildos não estão entre nós...
Os filhos cresceram, mas jamais verão





Os seus avós.




“Os seus avós”   -  Czar D’alma. 




P.s.:Dedico esse poema à todos (as) que de uma forma lúdica e muitas vezes
poética, lutam contra a injustiça tão premente em nossa nação.
A gente não vai desistir!






2 comentários:

  1. Uma forma poética de analisar uma situação tão triste em nossa sociedade.
    Kerley

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  2. EU acredito que é uma forma sóbria, sensata e eficaz, além de ser limpa, esse expoente de referir-se à essas questões com a poesia e a arte! Não sei o alcance dessa simples maneira minha, mas tô tentando... Espero que mais pessoas venham, confiram e compartilhe, não meramente a obra, mas a ideia. Muito Obrigado, linda dama! carpe diem

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