“Voz e vez” – Czar D’alma.
“Voz e vez”
Se as flores não sonhassem, nem rasgassem
Todos os dilemas meus.
Se elas fossem, viessem assim talvez...
Se a vida não tornasse tão doce
Os delírios meus.
Quem sabe, eu diria um poema
Que coubesse o quanto doeu.
Em minhas veias, vieram os versos teus.
Sim, me traí, apaixonei-me por ti.
E assim, eu desatino, canto sozinho...
Ainda querendo dormir.
Se as flores não cantassem, colibris.
Em plenos discursos, pulmões a cuspir...
A frase que não tivemos, a sorte que perdemos.
Por tentar tudo traduzir.
Nem que a dor mentisse.
Ainda em mim, a ti iria parir.
Onde eu temo e teço uma voz
É o teu corpo que penso em despir.
Mas me traga flores, me traga rosas
Mas não me faz a força o que de mim sobra.
Eu vi o verso, que desenhei pra lhe encantar
Mas veio a dor e te levou
Para o lado de lá.
Enfim, tudo se fez
Meu mundo e tez...
E nas rugas que esculpimos
A dor ainda tem
voz e vez.
“Voz e vez” – Czar D’alma.