2011/04/16

Montanhas e Nuvens

      "Montanhas  Nuvens"   







Por que você se esconde de meu encanto
Por que, você subiu pelos ares
Dos momentos díspares
És meu sonho e vale.



Por que, tu saíste sem despedir
Querendo da roupa se vestir
Saindo e me deixando
Sem o toque seu, sem mim.


Por que, você não me ama assim
Entre as montanhas e vales
Entre os anjos e querubins...
Beijos molhados, roupas frias, um fim.


Das vezes que sonhei tu estavas comigo
Das mentiras que, talhastes em pedras de juras
Eu quebrei as matilhas de seus medos
Por amor a mim e a ti...


Sonhos e vales
Montanhas e uivos da alma
Que quer voar, voar, sentir...
Que a vida não tem fim


E o amor
Continua sendo assim...


Um minuto de prazer
E uma eternidade de selos
Entre montanhas e vales
São das cartas que velo


E delas me despeço por saber
Que por elas tu foges de mim...
Por amor e sem


Fim!




Czar D’alma 



2011/04/15

Menino Em Mim

      "Menino  em  Mim"   








Eu vi um menino com sorriso
Deitando às margens do Ipiranga
Suas dádivas em um hino


Eu vi um menino
Abortava sonhos e planos
Pra que a vida
Fosse mais audaz.


Seu sorriso é o brilho
Que os homens perdem
Quando vestem poder
E despem-se sem ter juízo e prazer.


Eu vi um menino e gritava
As saudades de seus pais e mágoas
Das neuroses alheias que herdou
Sem sequer em seu trono, ele sentou!


Cada dia o menino era feliz
E se despia de tudo que era dor
Assim faziam as mulheres helênicas
Em versos e trovas em seu corpo por torpor!


Sempre ardia em seu peito
A lembrança do homem que nunca foi
Pelo aborto do egoísmo
Em não deixar o ser nele resplandecer.


Seus lírios eram de ouro
Em seus filhos eram brincos
De quem não ama, não sente
A dor que é boa, em parir o ser…


Cada mundo e seu abismo, dizia o menino
Que deitara depois de seus gemidos não ouvidos
Mas eternizados na aurora...
De um dia feliz e com amigos!


Ele dorme em mim, ele se foi...
Agora é o homem de sonhos
Em dias que não se vêem sombras
Mas na flor que ele se tornou...


Ele é a flor em mim de narciso
O que de mim, ninguém o revelou!
Senão pelo gesto furtivo e forte...
Que tem os braços do amor.


Ele é em mim, em vós...


A flor do amor.




Czar D’alma 

 

Um Homem

     "Um  Homem"    








Carrego comigo as lembranças de uma vida
Levo os amigos, amores, dissabores e feridas


Comigo.
Sem mim, estou farto de ser
O romance inacabado e amigo
A leveza de não a felicidade ter.


Carrego os dias, olhares e mares
Tudo o que tempo nunca promete
As danças e sonhos de tempos de criança
E o que as desilusões nos arremete.


Eu ando vago e levo o fado não português
Tudo o que o emblema inglês
Em nada tem louvado.


Carrego o sorriso da flor
Os dias de sol, em tempos de dor
Ah eu sou um homem nobre
Mas que nunca é lembrado.


Comigo os dias e noites
Cárceres abertos e medos
Do próximo, os gritos e gemidos
Que imitei em meus dias de fardo


Quando a saudade era o cardápio
 E minha vida o próprio prato.
Apenas um homem...
Em seus dias inacabados.


Onde sou a fome e a sede que não cessa
O enfarte, infante o capitão e soldado
Que apenas sabe que é homem
E que seus dias são contados


Sem menos ter dedos para o fazer.



Czar D’alma


2011/04/14

Diga Lá

       "Diga  Lá"   





Diga suas frases agora
Toma o que elas querem de mim
Retém os medos em cálices selvagens
Nos bares dos sonhos mais covardes.


Diga sua frase feita em mágoas
Deixa-me sorrir sem as suas dádivas
Liberte-se de nossos móveis
Repletos de sua nobre falácia


O sofá, a estante e os corredores
Não serão as nossas meras testemunhas
De tempos idos de amores
Quando o corpo pedia assim.


Diga tudo, larga em mim
Suas perdas e danos
Nunca prometidos
Nas asas de algum querubim


Retrate as formas, quebre as drogas
Que usaste até mesmo pra dormir
Mas larga tudo, diga-os preso
Em sua garganta sem motim


Diga mais, espere menos
Do que sabes mentir
Mas se pedires um réu
Lá estarei pra entrares bem...


Nas mentiras de seu chapéu.


Onde tudo seu é muito perfeito
Mas esquecem de dizer
Que fora seus medos que fabricara
Seus sonhos se adornarem como véu.


Amanhã você acorda, faço o café
E a gente inventa outra briga
Pra proteger quem é melhor
Em projetar no outro o próprio fel


Verdades de casais,
Mentiras de pagãos
 E lá se vai outro lar, naufrago...
Por uma mera ambição.


Onde um é o engodo

E o outro, vão!



Czar D’alma 


Quando Passas

   "Quando  Passas"  





Quando passas
Deixas o vento de teu ser...
Cores abertas, portas alegres
Sonhos que pensávamos ter.


Quando passas
Criança me acorda e notas
 A vontade de dizer
O que meu medo negou fazer


Quando passas
Meus livros abertos de vida
Minhas lágrimas sempre frias
À espera de um amor aquecer



Ventos, rios, mares e seres vazios
Enaltecem e tecem o que minha alma
Não tem capacidade de dizer...


Quando passas
Faz-me ficar à espreita
De seu beijo, afeto e abraço
Mentir que podem por um instante


Fazer-me melhor ser!
Mas é tudo que, quero e consigo


Crer.



Czar D’alma