“Com o tempo” – Czar D’alma.
Com o tempo se vê
E lá vem...
A distância das coisas perdidas
E a saudade que dorme alada.
Com o tempo o discurso desfaz
E o que vale é onde mora os sentidos
Tempo que a gente diz que ama
E a tudo sorrindo abraça.
Com o tempo que as
marés
Deixam nossas pegadas na vida da estrada
Eu querendo o deserto
esculpir
Pra fazer da arte o
momento a sorrir.
Com o tempo a gente não lembra
Tão pouco se esquece do que é verdade...
O tempo nos lança, adormece e estilhaça
O que um dia a gente chamou de desgraça.
Com o tempo eu ando desconfiado
Que o veneno cura e não mata.
Quando eu olho pro tempo que passa.
Me deixando a esperar o arder que não cala.
Com o tempo os amigos se vão
Os versos sentidos na vida deixam um tom
De quem escolhe o berço e o banzo que me caça
Um dia eu acordo delírios, outros o delírio me mata.
Se o tempo não diz,
O que o verso apenas se cala...
Desejos estão na palma da mão
De quem se bebe a cicuta da paixão.
Com o tempo, o tempo não volta
Mas, os verdadeiros amigos estarão à volta.
Eu que detesto brincar, aprendi com eles
A jamais esquecer à roda dançar, desejo que devota.
Com o tempo escolho um caminho
Enquanto da vida os caminhos me acham.
O verso me diz que a vida é uma gargalhada
De uma boca banguela, sorrindo na praça.
Enquanto o tempo não pára
A gente escolhe com quem caminhar
Se de mãos dadas ou de mãos entrelaçadas.
Parece coisa séria, mas é quase piada.
Com o tempo o delírio se acalma
E o mar agita a alma dentro e por fora.
Com uma canção chamada,
Tristeza, sorriso, verso e piada.
Tudo com o tempo se cura...
Menos da vida o amor que abre a ferida
E de gritar não se cansa ou cala,
Apenas desfaz-se
em meio à risada.
“Com o tempo” – Czar D’alma.