2022/05/21

Desgosto – Czar D’alma.

Desgosto – Czar D’alma.








Desgosto – Czar D’alma.

 

De norte a sul estrela linda, leve negra desperta

Entre trilhos urbanos rasgados nos seios de outono.

Toda cerimônia entre o frescor de amônia

A vida leva sempre o riso negro lá...



 








De bem com a vida mareado os olhos

Permeados o couro em suor, navalha e chicote.

Quero a coroa da rainha no Otelo Baiano.

Ou será que ainda teremos mais sonhos?

 



Em rugas nas lutas na bruta sede de voar.

As embarcações trouxeram os reis a cambiar.

Nascente da nação rota de Aleijadinho ou Salvador.

Onde ficou na pele preta a fome e sede do amor.



 








Quem paga a obra que se ergue aqui e acolá;

Quem vaga em vagões em todas as décadas e estações...

E roga a branca Verne que lhe verte a liberdade em dor.

Aonde se brotará dessa nação desde samba, futebol e fulgor.




 




Então, hoje é treze de maio e desmaio frente ao reinado e ao que ficou.

Uns dias somos liberdades outros somos póstumas versões da mesma caridade.

Os pretos, os pardos, os fardos quem colheu onde jamais plantou...

A sebe encerra a discórdia na impura forma de memória, restou algo além da história.

 








Os navios negreiros sobem os morros do Rio de Janeiro, baixada e outros mourões.

Haja versos saudade e dor, por que jamais vos faltará da labuta, os caixões.

Vejo correntes nos pescoços e no mar de lágrimas 

um banzo









Chamado desgosto.

 



Desgosto – Czar D’alma.