"Da eterna saudade" - Czar D'alma
“Da eterna saudade” – Czar D’alma.
A saudade me abraçou...
Tenho saudades de dias em que a porta de minha existência se
abria
Eu acolhi no seio a doce maresia do beijo de um amor.
Ah, sim a saudade anda comigo aos dias de abrigo,
Quando rodeando por meus caminhos, fujo de mim.
E ando solicitando a presença de algum amigo,
Fugitivo do grito e esplêndido ouvinte do confessor que
guardo comigo.
Sim, a saudade fala em noites claras, aborda o meu silêncio...
E quebra dos meus delírios aquilo oque os homens chamam –
sentido.
Em dias quando escuto os momentos que guardamos e os que
encontramos
Trago a saudade de que a vida ao seu lado era todo o meu
libertar de conflito.
Sei da saudade os seus discursos mais solenes,
De suas frases as mais dolorosas,
Mas sei que, a saudade nunca me prometeu coisa alguma,
Senão a arte de entender do outro o erro, o medo e o que,
percebe como perigo.
Ah, essa saudade que me arrasa em madrugadas inteiras...
Quando aos braços desse encontro, recaio às minhas maiores
mazelas.
Não, não me diga pra esquecer a saudade, por que, nela
habito,
Por que, onde os homens mentem, Deus deixa lá a esperança, o
amor, a oração e o grito.
A saudade me agita,
A saudade não me larga, a saudade é a coisa mais doce,
Quando não, não deixa de ser a espera mais amarga.
Deixa eu me abrir contigo e dizer por que seu nome é
saudade.
Por que, em dia de solidão eu abro o peito deito lágrimas,
E correndo pro tempo que agora não é...
Derramo de mim a felicidade mais vasta.
Os meus amigos não entendem, meus familiares repelem,
Mas é quando a chama arde em meu peito, e o som das coisas
aplaude.
São nessas horas que vislumbro da dor, o acolher e o despeito,
De onde a minha herança são despojos de minha casa
inacabada.
Quando mandarem-me fugir da saudade, quem há de me abrigar.
Pois, se defendemos o sangue nas veias e o leite do egoísmo,
Por que o mar jamais fez um afogado, náufragos e tempestades...
Para aqueles que não largaram suas ilhas, teto, terra e
barro.
Então, eu abro o braço e digo a saudade...
Tu me amas e me faz compêndios de felicidades
Onde o tempo é mentira, o vento é loucura,
Mas os gestos são eternizados no meu rim, peito e baço.
Por que do meu coração... Já não sei o que faço.
Czar D’alma – “Da eterna saudade”