Onde arde e dilacera –
Czar D’alma.
Onde arde e dilacera
De um lugar que arde
Cabe em cada ser.
Uns soltam poemas
Outros dissolvem o viver.
Quando a rima não couber
Pelo peito apertado, se
fizer
O choro que canta em libras
O Sagrado livro do coração
molhado.
Sem pessoas pra entender.
Alguém que nos dê a mão
Vamos em rebanhos como
canção.
Na esperança que rompe o
tecido da ilusão.
A cada sonho que se
quebra
Da falsidade do que era
paixão
Hoje a gente olha o
horizonte
E ninguém entende o mapa
solidão.
Não consigo expressar e peço perdão
Por que rasga idiomas,
dilacera a alma
E mantemos um segredo, um
milagre...
Pra que a vida não seja
um simples bordão.
Então, teus olhos lêem e se vão
Foi interessante e não te
lembras mais
Precisa percorrer teus
becos, esconder os medos
E tudo aquilo que te
iluda no ato frio e tenaz.
Porque a vida anda e não
cessa a dor
Enquanto uns dizem
sangrando, não!
Eu olho tudo, sorrio e danço
um tango
Quando a outra parte se
chama, banzo.
Saudades do que jamais vivi
Deixei nos seus olhos e
saí
Enquanto tu te envaideces
A dor escondida não cansa
e cresce.
A vida que tenho e a gratidão de ser
Parece tão livre, mas é
pura prisão
Na liberdade dos
horizontes que se casam
Com os céus de onde esperamos
razão.
Vejo os dias, amo as crianças, mantenho ternura
Enquanto a vida seja bela
num instante
Noutro, ela continua
gelada e dura.
Por que eu sou apenas um
Enquanto somos todos
assim
Uns mentem e brigam pra
dormir
Manter tudo, correr,
sorrir e jamais admitir.
Do que tínhamos pra
agradecer...
Por que arde e se esconde
e ninguém
Ousa tirar de lá, de cá...
ou saber.
Onde arde e dilacera – Czar D’alma.