"O Nome da Esperança"
Quando ainda nem havia
O caminho das Tordesilhas
E as naus vagueavam solitárias
Entre os Cabos da Boa Esperança...
Onde só o corpo cala
E a alma dança.
Pelas virtudes dos caciques
Mortos pelas ambições de ouro
Onde a morte vence a própria lança.
Eu sou o amor.
Eu sou o amor que resiste às lutas gregas
Debaixo de cada arma o meu sorriso alcança
Quando os homens se vestem de tormentos
E as mulheres sonham com as crianças
Eu sou a força do amor que vence
Do amor que se despede e avança.
Avança pelos mares e mapas
Mas também na missa de cada manhã
Quando só resta a esperança...
Sou a força dos soldados na cama de campanha...
Sou o riso da mãe que abre a carta
Do filho que não volta
Do massacre dos covardes
Quando o sonho adormece pra dar lugar
Pra que o inimigo saiba que nem sempre
É a vitória que importa, quando a vida avança.
Daqueles capitães cheios de saudades de seus lençóis
Dada ao léu pelos mercenários que, não dão bons anzóis
Onde só o fraco morre e o forte que é covarde nunca luta
Pois da vida é o revés, a fome e a fadiga dos que lutam sós
Eu sou a flor da esperança e a rosa do deserto
Quando o frio abraça sorridente o ferido
Por que a vida dele não voltará até que
Os seus amados leiam sua lápide de herói sem sentido
Eu sou a lágrima da mulher que olha o mar
Mas que jamais da vida desiste
Nem tão pouco a ela se rende
Pela força que há esperança
Onde só a fé consola
E a saudade faz seu berço
Pela coisa eternamente ida que jamais volta
Por causa da embriaguez do poder e da mentira
Que os homens bebem pra dormir
E as mulheres nunca adormecem
Por causa de mim
Que hoje sou chamada de utopia
Mas em outros dias...
Sou a aclamada esperança.
Czar D’alma