2020/08/14

Me chamam de Brasil - Czar D'alma.

Me chamam de Brasil – Czar D’alma.

 



Me chamam de Brasil 


Eu vi os homens se digladiarem

Em cada vaidade em luxúria vestir

Maçã na boca, leite e desejo

A vida por uma centelha

 


Em punho a própria vermelha.

Nos sorrisos a boca desfila

Onde os dentes se foram

Pela lida que assemelha.

 


Já não vejo mais a dor escondida

vai estar em toda parte, quase ferida.


 

Eu vi as camas sangrentas de campanha

Eu li as cartas da namorada que sonha.



Só não vi o despertar do gigante varonil.

A gente que comida de tudo, tudo doamos

A quem nunca precisava, tomou e não pediu.


 

Escrevo para a menina que de longe me lê

Destilo as próprias lágrimas, nada a temer.

Sou um desatino, uma voz pelos becos a percorrer.

Em versos pobres querendo ao outro enriquecer.


 

Então, é tudo fake, Twitter, instagram, nada de ser.

As coisas acontecem, palavras passam e ninguém

Sequer ousa a perceber.

 


A dor que escorre

Os pobres que morrem

Os poetas que gemem

Burocráticos que mentem.



Amazônia aborta e a morte surgiu.

Apenas por que somos sementes.

Da abolição que sempre mentiu.


 

Enquanto isso te apelido de tantos nomes...

Mas me chamam de 



Brasil.


 

Me chamam de Brasil – Czar D’alma.