Me chamam de
Brasil – Czar D’alma.
Me chamam de Brasil
Eu vi os homens
se digladiarem
Em cada vaidade
em luxúria vestir
Maçã na
boca, leite e desejo
A vida por
uma centelha
Em punho a própria vermelha.
Nos sorrisos
a boca desfila
Onde os dentes
se foram
Pela lida
que assemelha.
Já não vejo
mais a dor escondida
vai estar em
toda parte, quase ferida.
Eu vi as
camas sangrentas de campanha
Eu li as cartas
da namorada que sonha.
Só não vi o
despertar do gigante varonil.
A gente que
comida de tudo, tudo doamos
A quem nunca
precisava, tomou e não pediu.
Escrevo para
a menina que de longe me lê
Destilo as
próprias lágrimas, nada a temer.
Sou um
desatino, uma voz pelos becos a percorrer.
Em versos
pobres querendo ao outro enriquecer.
Então, é
tudo fake, Twitter, instagram, nada de ser.
As coisas
acontecem, palavras passam e ninguém
Sequer ousa a
perceber.
A dor que escorre
Os pobres
que morrem
Os poetas que
gemem
Burocráticos
que mentem.
Amazônia aborta e a morte surgiu.
Apenas por
que somos sementes.
Da abolição
que sempre mentiu.
Enquanto isso
te apelido de tantos nomes...
Mas me chamam de
Brasil.
Me chamam de
Brasil – Czar D’alma.