"Eu te amo"
Correntes de rios me abraçam
Ondas fortes me levam e vão-me daqui.
Sutis seres marítimos me dobram o ser
Sou o eu que, não habita em mim, sou de ti!
A vida me torna árida, meus pés calam e sangram
Pra alcançar um gesto meigo de ti, sou capaz de negar-me.
Os jovens dançam e riem, mas só penso no beijo seu...
Aurora minha, banhada pelo lindo e frio, seu breu!
Crianças andam comigo e sou infante, infame, infantil...
Querendo o brilho das estrelas que fazes, quando partiu!
Minha memória é teu nome, meu verbo conjuga o teu.
Mas se me olhares, minha vida vai do inferno ao céu!
Minha vida é teu quadril, quem me pare chama-se – Brasil.
Olimpíadas e piadas são frente a ti, o equívoco da manada!
Durmo Drummond e acordo, Fernando Pessoa por gesto da amada...
Mas quando vai dormir o que posso dizer e sentir de mim, senão disser sem palavra!
Solto os braços, rendo os ombros, com os sonhos arregalados e digo...
Eu te amo!