Fome e Desejo – Czar D’alma.
Fome e Desejo
Quando a palavra estava na boca
O salivar destilou teu nome
Na sede de conjugar nosso beijo
Em um único pronome.
Se o tu em ti não bastas
Me bastará teu abraço
Quando a noite rasgada
Na madrugada, êxtase e cansaço.
O verso lhe dediquei
Naufragado na saliva
Ouvindo em meio de mim teus passos
Onde o canibal delira e joga o laço.
Sempre dediquei a ti
O eu que nem coubera em mim
Na ânsia de lhe dedicar sinfonia
Tu eras toda a minha poesia.
Se o tempo não tivesse tanta fome
Eu ainda estaria recolhido, vencido...
Feliz por ser a presa em teus braços.
Os rios não têm sede
Os desertos de fome se vingam
Mas quando as luzes se apagam
Tu és a luz que aflora meu sonho e riacho.
Então, dizemos coisas frias
Como as que não se põem à mesa
Era tudo banquete e o nosso amor
A própria esperança e
sobremesa.
Fome e desejo – Czar D’alma.
Carpe diem!