Mobílias caladas.
Cada coisa continua fixada
No silêncio dos tempos vividos.
Na memória eu tinha certeza de tudo
Sem saber que nada seria tão exato.
As pessoas ainda percorrem às ruas
A procura do silêncio onde caibam
Seus sonhos, destinos e desesperanças
Desde os seus dias de frio na mente de criança.
Veja bem, tudo ficou no exato instante
Que deixamos o nosso mundo pra trás.
Nosso passado que nesse presente
Não importa nem volta jamais.
Logo os dias irão ao encontro dos braços
Das pessoas que hoje já nada são
E quem sabe elas poderão ser algo mais
Do que as mobílias caladas na tez outrora voraz.
Seja aqui ou noutro corpo
O que houve teve seu tempo
E nesse tempo a gente se apraz
Embora forte, não
fala mais.
Mobílias caladas – Czar D’alma.