Comichão da Verdade – Czar D’alma.
Comichão da Verdade.
Recebeste a rosa verde e amarela
Ganhaste o mundo sem adorno
Rasgando vida sequestro e sufoco.
Nos dias que andas agora
Te vestes de brim e euforia
Não tem verdade na sua meiga ira.
Eu que nem era nascido
Vi as marcas vermelhas pelas ruas
Alguns ainda eram meninos
E suas irmãs mortas apareciam nuas.
Pode ser que eu nada entenda
Na comissão da verdade a mentira é tua
Quando ainda se esperam as pétalas
Caídas e deixadas em praças cruas.
Ainda nada valem as fotografias
Em cadernos azul e branco
Pois não emprestam carimbos
Tomados pelos donos do assento e do banco.
Alguma coisa há de acontecer
Na memória inocente e frágil
De quem não conhece as tuas flores
Sangrentas deixadas pela farda ágil.
A mocidade não quer outra luta ou coisa
Deseja apenas um mundo doce, frio e virtual
Onde a caneta dança e delira às mãos do marginal
Vi na TV e não tiveram nada a dizer
Ouvi o verso embaixo dos caracóis
E não ouço o grito dos meus heróis.
Então a vida é passageira
Mas tu permaneces eternamente
Onde é míope a pátria em próprio incêndio
Dorme e sonha em
Berço esplêndido.
Czar D’alma – Comichão da Verdade.
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