Ela abriu a porta – Czar D’alma.
Ela abriu a porta deixou o vento entrar.
Seus cabelos soltos, mais um dia a começar.
Silêncio nos olhos, delícia de lábios
Como a vida poderia lhe negar...
O desejo de amar, abrindo a janela.
Outro sortilégio, outro rumo e mar.
Pode ser de sua face o jeito fácil
De se desejar quanto a onda é decifrar.
Deitou na areia, sacudiu a centelha
Essa coisa linda vida e dócil ainda está.
Cansou de seus remédios, procurou outro médico.
Que cansaço a beleza haveria ali decolar.
Meu passaporte pra felicidade
Minha caixa preta do desastre
Quando teu nome é saudade...
Meu aeroporto, meu vinho e porto.
Mas ela abriu a porta e secou as lágrimas
Quem diria que aquela haveria plantar lástimas.
Seu mundo desabando, uma porta e vida fechando.
Ela precisava de tudo sair, de tudo descansar.
Montanhas de medo bem cedo
Ninguém lhe deu a mão ou enredo
Sua passarela era tão só e segredo
Abriu a janela e pousou nela, quase amarela.
Saiu, chorou a procura de seu amor.
Sem saber quem estava lá
A procura de um beijo
Esperança de um lar.
Varreu pra dentro de casa
Toda sua solidão, trancou.
Deitou, aos olhos fechou e nunca mais acordou.
Ela abriu a porta, viu as ondas, os ventos...
Pensou por um minuto teu meio século a dentro.
Agora dorme e se recolhe tão só.
Sem poesias pra lhe fazer dormir,
voltou ao pó.
Ela abriu a porta – Czar D’alma.
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