2021/10/03

Deixar ir – Czar D’alma.

Deixar ir – Czar D’alma.

 


Deixar ir.



Deixa-me ir

Ficar pra quê?

Do gosto da fruta

O sabor de cada luta.

 

Deixa-me sonhar

Cantar a canção, descalço.

Calçar-me de paz na terra

Negar a força do asfalto.

 

Deixa-me lhe abraçar.

Para um sorriso breve

De uma eternidade que sorrindo

Canta serene, adormece e nos leve.

 

Mas se eu ficar.

Fique comigo.

Não seja o espinho

E que nasça o amigo.

 

Eu vejo as naus

Os vejo os poetas.

As mulheres e as crianças...

Procuro anjos e almas abertas.

 

Mas tudo é vão

Vem e vai o que foi

E o que será não volta mais.

 

Do delírio a gente sonha sorri...

Canta uma canção, abre uma esperança.

E diz mentindo para amídala...

Que ainda ama como quem aprendeu a cuspir.

 

Os anjos vieram...

As ondas falaram

Os ventos gritam

E o mundo insiste em nada ouvir.

 

Então corri ao penhasco

Olhei para os céus

Como numa reza pedi...

Com lágrimas e sorrisos, Deixa-me ir.



Deixar ir – Czar D’alma.


Palavras e sementes – Czar D’alma.

Palavras e sementes – Czar D’alma.


 


 Palavras e sementes.

 

Deixar as cartas na mesa

Medir a distância entre a mentira e o engano

São ameaças os pobres versos

Ou seriam mais outros sujos planos?


 


De cada palavra colher

A semente que de vida

Possa a alma brotar.


 

Quando a semente cair na terra

Deixar o sol bater e a luz entrar.

Por que os versos são para os lábios

E as verdades são para quem ousa amar.

 



Deixar as luzes acesas

Apagar a dor que há...

Porque podem jogar as palavras...

Mas as verdades não vão calar.

 



Eu vi a sua luz se apagar

Quando dentre tantas frases

A sinceridade não pode caber




E desse jeito sentimento não pode habitar.

Sem ameaças ou planos

 



Apenas deixando a coisa brotar.

Por que as crianças e os velhos

Sempre estão entre um e outro





Espaço da vida e do lumiar.

 

 

Palavras e sementes – Czar D’alma.