“De Ninguém” - Czar
D’alma
“De Ninguém” - Czar
D’alma
Estende a mão, abraça a vida.
Corre pro lado da sorte, escolhe o amor pelo caminho.
Os dias de fúria, os homens sórdidos.
Aquilo que parecia tenro e depois amargo.
Estende a entender o que parece confuso,
Deixa de querer emagrecer e engorda o saber.
Confunde os sábios, por que os tolos já são.
Se estivermos na rua, anda na calçada, cuidado com o vão!
Decola nas asas da oportunidade
Que o infortúnio te aguarda em cada esquina.
De que falo? De que me alimento? Que amor me tem?
Dorme cedo, acorda antes do sol e espera um sorriso de
criança.
A vida pode querer-te em cada céu, inferno ou beco sujo.
Escolha a sentença que se parece com futuro.
Não te esqueças de que todos se reencontrarão.
Então, é outro dia, outro cardápio e algema de aflição...
Tu escolhes os melhores e os melhores a ti, não.
Desejas o amor de quem te oferece sanidade e afeto.
Antes de amanhecer, por favor, aqueça o sol e o café.
E quando dormires lembre-te dos poemas de afeto de quem lhe
quer.
Eu sou um ébrio de amor, de sorte e de quem me despreza.
Colocaram-me tanto estigmas, mas da vida eles nada
fizeram...
Escreva um poema, declare seus amores e fraquezas,
Pois a vida vai, a vida vem e a velhice questiona –
Chegastes bem?
O amor, sim o amor, está onde tu exasperas! Acordas e
aceitas a vida
Porque a morte não teme a ninguém. Senão, a vida que já foi
e bem.
Eu decolo dentro de mim, não encontro aeroporto pros meus
sonhos.
Enquanto isso, meus medos a milhares de metros no ar, não
descem, não vem.
Eu sou uma coisa, mas seria uma coisa que a mim me tem.
Eu amo aquela coisa que diz ser minha quando eu não tenho
ninguém.
Eu ando com as pernas presas pelo medo de minhas amarguras.
Então, procuro um esgoto e jogo lá o que de mim, fazem
agruras.
Eu concordo contigo, ainda não sou ninguém.
Meu consolo que estamos nisso também...
Seus medos de que não declara seus amores que tu não abraças
E os mendigos vivem ricos por que já não dependem do mal, ou
do bem.
Eu sei, tu me vês errante, tu me olhas como um delirante...
Confesso, eu me vejo isso, bem pior e além.
Eu sou da vida da vida que não me disse, vem.
Então, eu amo só, acordo comigo e deito com delírios falsos.
Meus amigos me chamam pra rua e eu ainda ando na lua.
Eu não se sou de mim, de alguém, senão de ninguém.
Corre, anda atrás da condução que lhe diz que hoje será
além.
Eu sei, tu disso não concordas, mas nadas ainda atrás da
felicidade.
Ah... A felicidade está guardada com um mundo que jamais a
tem.
Eu sou de sangue e disso eles bebem muito e querem o que não
convém.
Sim, deliras em abrir a rua, a porta, finges que lês, mas
dormes.
Eu sou de alguém. Eu sou de mim, eu sou de todo mundo...
Mas o mundo nunca se deu pra ninguém.
Então, eu paro de correr. Olho ao redor e tento dormir.
Se eu tenho um amor sou feliz e se não tenho, sou do além.
Enquanto a gente brinca de alegrias a vida foge e jamais
vem.
Eu sou de mim, eu sou de ti e sei que de mim, não me queres
bem.
Mas, quando eu for, e se eu for um consolador lhe vem.
E diz que ele teve uma boa vida, pessoa e quase surtou.
Mas, ainda a mesma sorte te aguarda quando tu não esperas
mais ninguém.
Eu sou de ninguém, ninguém me quer e eu me quero bem.
Quero a vida sorrindo, as mães felizes e os filhos seguros.
Compro um cd, adquiro um carro e devo ser o que nem sei.
Que feliz e felicidade andam em calçadas distintas e não se veem.
Mas, eu fui feliz, eu amei, comprei e estou perto de dormir.
O que ninguém deseja,
sabendo que jamais acordará.
Se ao seu lado, não houver ninguém.
Eu sou aquilo que tu abominas, eu sou o que tu amavas.
Eu sou um verso perdido e um encontro em suas perdas, amém.
Eu não sou de mim, mas bem que desejo ser,
De alguém!
“De Ninguém” - Czar
D’alma