Lembranças rasgadas
- Czar D’alma.
Lembranças rasgadas
Eu vou rasgar os desenhos teus
Entre os meus dedos restolho do mel
Que guardaste quando dormias em mim
Sombrio é o amor quando encontra o fim.
Dos desenhos que fiz nasceu os beijos seus
Naquela corda amarrada nos pés inchados
Fui largado e por amar o nada fui deixado
Pode ser mais um poema cada rasgar do lápis
Que delirei entre o corpo nu da tua alma
E em todas as brigas onde perdia o perdão e a calma
Saía do delírio, abortava a fantasia e vestia o sapiens.
Que venha o vento que me abraça
Das lembranças rasgadas dos papéis
Onde o louco acha razão entre os anéis
Eu sou o deserto que no mar embarca.
Se o tempo me der delírio
Prometo lhe devolver o brilho
Que roubaste de meus lábios e lírios
Onde nasce a cidade e morre o índio.
Cada dia é dia de ser sóbrio e lindo
A gente achava no mar
E perdíamos no domingo
Então é outra página e agradeço
Que os dedos ficaram com outros pincéis
Onde morrem os sonhos nascem homens
Ou quem sabe renascem da alma tantos decibéis.
No meu sonho encontrava cada risco dos desenhos
Onde eu me perdi e jamais pude perceber
Que quem rouba o sonho não tem cárcere
Que lhe possa caber.
Lembranças rasgadas
- Czar D’alma.