2013/06/01

“Sem deixar pra trás” – Czar D’alma.

 “Sem deixar pra trás” – Czar D’alma.



 “Sem deixar pra trás” – Czar D’alma.

Não quero mais
Uma chance pra existir
Consegui a minha própria paz
Com você dentro de mim.

Não quero mais ter de vender
O que não se compra
Nem os homens conseguem perceber.

O telefone pode até tocar
Mas só atendo se for você.

Com seu brilho no olhar
Essa forma de me fazer menina
E me permitir a voltar a sonhar.

Quebro porcelanas, durmo em cabanas...
Uso perfumes, até finjo que sou italiana
Mas, quando percebo que é você a voltar
Descubro o meu lado melhor e arrumo nossa cama.

Não quero mais deixar pra trás
O que me ardeu e me faz capaz...
De desarrumar a casa
De equilibrar a mesa da sala
De dormir com o travesseiro só
De deitar sempre atravessada
Em nossa terra e própria cama.

Não vou deixar tomarem de mim
O que não tem começo e nem precisa de fim
Cada coisa que guardei de ti...
Foi na beira do ouvido que me revivi.

Não vou deixar morrer
Cada verso seu
Cada cheiro de café na cama

Enquanto eu era menina
E tu a minha delícia “à la parmigiana”.
Não vou deixar pra trás
O que de mim me faz ser linda, doida e bacana.

Nem quero mais deixar entrar
O cheiro do passado quando você não está
Deito tudo em meu baú de ensolarada
Acordo bem quando sonho  com aquele beijo na calçada.

Leitos livres, roupas sem corpo...
Mentiras doces, manteiga no pão e no rosto.
Não mais deixar pra trás...
O que fizeste do arquipélago de meu sopro.

Venho cada dia à caixa de mensagem esperar
Uma saudade tua, uma engraçada e meiga piada.
Quando sim eu era a tua menina...
E você a minha sóbria estrada.

Deixo pra trás somente o que não fez de mim
Um sorriso e o delírio que sempre senti.
Perco meus dias, trago-os à noite
Pacotes de saudades e coisas que nem comi.

Não vou deixar pra trás
Esse homem que me faz assim, assim
Guardo sempre um terno seu
Quando as noites são um eterno breu.

Corro na praia, caio na gandaia
E ainda sem ti não encontro a minha velha risada.
Não mais deixar pra trás aquele beijo teu
Que por medo um dia eu escondi em mim.

Então tudo é quase presente
São os seus dedos em mim que não mentem.

Sei que não vou deixar pra trás...
A mentira que se faz real, a verdade que só existe
Em própria minha mente.




“Sem deixar pra trás” – Czar D’alma. 


2013/05/31

“Apocalíptico” – Czar D’alma

“Apocalíptico” – Czar D’alma





“Apocalíptico” – Czar D’alma


Eu vi o sol acordar com a lua
Eu vi a mulher sonhar com a roupa
Quando esta ainda estava nua




Eu vi a dor sair do corpo
E um corpo voltando pro lar
Eu vi coisas que lacrimejo
Quando as tento falar.

Eu vi o destino sem medo
Eu vi um menino sem enredo
Ensinando como se deve sambar.




Eu vi um mundo em frente ao mar
Eu vi o amor querendo acordar
Num mundo onde as coisas se perdem
E os homens as lançam pra que não acontecem.

Eu vi o amor andar de mãos dadas
Eu vi a centelha na pólvora da pele
Querendo ser e querendo amar.




Eu vi a mentira dormindo
Pra que a verdade pudesse sonhar
Eu vi as minhas lágrimas em rios
E os rios nos olhos de quem quer amar.

Eu vi o destino sem trilha
Eu vi a felicidade de cada menina
Quando o seu pai pode voltar.




Eu vi a calúnia calada
Eu vi a sorte equivocada
Sendo lançada no mar.

Eu vi e não temi
Comi de tudo e sorri
Por que as coisas se vão
Mas nos amigos se encontrarão.




Eu vi delírios nos leitos
Eu vi meninos mamando nos peitos
Nos seios de quem anseia se encontrar.

Eu vi o sol da justiça
Eu vi a mulher que fascina
Correndo pro bosque...
E querendo ser a matilha à calhar.




Então me despi e andei sobre o mar
Encontrei sorrisos daqueles que nem sei
Eu vi de tudo e me vi em quase nada
Por que a vida precisa continuar.

Eu vi a vitória descendo as escadas
Eu vi as medalhas em faces molhadas
Eu vi declínios de impérios
Que não voltarão à brilhar.




Eu vi o sorriso querendo chorar
Eu vi a delícia querendo um lar
Eu vi a mulher que me ama
Querendo nascer pra me encontrar.

Eu vi o desatino calado
Eu vi um menino de messias chamado
Querendo nos homens a felicidade deitar.




Eu vi um gesto de amor
Nos olhos de quem tinha fome
E na mesa de ricos eu vi a podridão
Que não preciso falar pra nossa nação.

Eu vi crianças lutando contra armas
Eu vi a vida querendo ser amada
Eu vi o lucro deixando seu próprio lar
Pra ser o que não se pode comprar.




Eu vi uma coisa
Quase nem preciso falar
Parece conosco, mas se cala
Quando as almas de mãos dadas aprenderem a andar.

Eu vi o ódio querendo nascer
E a morte tragando o gabar
Mas foi quando olhei a saudade
Que entendi por que o amor sempre vencerá.




Eu vi as medalhas em meninos
Eu vi os homens perdendo os sentidos
Eu vi as mulheres chorando e sorrindo
Quando a verdade não pode calar.

Então parei e sentei
Pra ver essa ferida daqui
Que parece com a vida
Que deixei fazerem de mim.




Quando vi o mar
Ele não deixou de falar
Abrigando baleias trocadas
Por moedas que de valor algum pode se dar.

Eu ouvi a canção de sereias
Em minhas lembranças de felicidade
Eu vi a ferida sendo curada
Por algo chamado saudade.




Eu vi a mão ofertada
Pra que a vida possa continuar.
Eu vi lágrimas em reis
E plebeus a cantarolar.

Eu vi um caminho
Tentei por ele andar
Encontrando tantos vestígios
Aprendi a comigo mesmo caminhar.




Então o silêncio gritou
E o mar não pode se agitar
Quando olhando almas de meninos
Entravam no céu e os anjos à honrar.




Eu vi a vingança dos homens
Chorei com essas tantas andanças
Mas, foi quando me abraçaram




Que vi que ainda poderia amar.




“Apocalíptico” – Czar D’alma


2013/05/29

“Desertos dentro de mim” – Czar D’alma.

“Desertos dentro de mim” – Czar D’alma. 





“Desertos dentro de mim” – Czar D’alma


Dos desertos que me habitam
E as flores que plantei...
Sim, eu sei da força das marés
Coisas que nascem de dentro de mim.




Dos desertos meus, as flores suas
As coisas mais doces, fora você
Quem escolheu as mais duras.

Dos desertos do ser
Esse planta que embriaga
Alguns a chamam, outras as xingam...
Mas, eu só chamo de amor que me fascina.




Quando tu eras um sonho
Eu estava acordado a vida me ensina
Como é com te amar e lhe ter, menina.

Dos desertos que permeiam a mim
Das fugas suas em dizer que quis a si...
Discordando em planos, fazendo acordos
Com quem nunca a mim, nada me diz.




Abri o peito por estar no deserto de mim
A esperar um beijo teu
Que sei, nunca vai bastar
Quero centenas e milhares de ti.

Quando esse deserto passar
Eu talvez, já até passei de mim
Quando as flores murcharem não adianta
Suprimir o que não se viveu esse bastão de giz.




Tantos desertos não foram capazes
Pra te apagar de tudo que vivi...
Xícaras sujas, lábios molhados...
Eternidade cabendo dentro aqui.

Então é deserto
De certo não se pede bis
E a gente busca uma coisa alheia
Pra se dizer que ainda se pode ser feliz, feliz, feliz...




Desse deserto que habita em mim
Foram as flores que plantamos
Que irei guardar até deixar de existir.

Míriades de pensamentos em fragmentos
Pra postar na mente uma saudade,  um momento
Em que o deserto fosse a força...
Mas não a nossa matriz.




Dos desertos meus
Dos lábios calados seus
De coisas deixadas no chão
Amor e aquela coisa feia chamada, não.

Então é deserto eu estendo a mão
Por que a vida vai passando...
Mas jamais aquilo de dentro de um coração.




Me cale dos meus desertos
Me faça sonhar outra vez
Me diga uma palavra doce
E deixe o amargo pra quem insistir,

Esses desertos mudos gritam
Essas suas curvas que me giram
Deixa-me num momento a mais por feliz.




Que esse deserto todo seja num segundo
Que essa sua boca tenha dentro o meu mundo
Como tudo que é quase seguro...
Fazendo a gente acreditar que o tudo pode ser por um triz.

Ah, esses desertos...
Ah, esses seus modos incestos
Que guardei dentro do que não se diz
Dizendo-me feliz ao lhe ver partir.




Desertos são eternos mesmo que passem
Trazem a eternidade pra dentro de si
Eu queria outra coisa dizer, mas tinha que ser assim

Desertos em chamas
Desejos à beira da cama
Eu em ti procuro um delírio...
E você a sua própria fama.




Um minuto nesse deserto e sei
Como se termina com a esperança
De quem a gente ama...
Abrindo desertos e fechando as tramas.




Enquanto eu era deserto e você




Um oásis que nunca se permite a si.




“Desertos dentro de mim” – Czar D’alma. 



“Um Éden” – Czar D’alma.

 “Um Éden” – Czar D’alma

 




 “Um Éden” – Czar D’alma


Onde o riso se perde
A verdade se esconde
Cada noite que se guarda
Na delicadeza de sua mente.




Onde a mentira tem paz
Onde os meninos são menos que mais
Dentro dos versos dos imortais
Na doçura que melhor sempre me faz.

Onde tudo é lindo e sujo
Onde eu aguardo e não existe luto
Onde os delírios são reais
E na pele de quem se permite jaz.




Onde o medo não entra
Onde o vento se contenta
Onde a boca se fecha
E a mentira nada inventa.

Onde me perco e me encontro
Onde sou sóbrio e ao mesmo tempo um sonho
Onde os dedos não irritam os anéis
Em cada gesto dos que sobrepujam laços infiéis.




Onde um tudo
Onde um nada
Onde comigo luto
E não venço a minha própria jornada.

Onde as mães adormecem
Onde Édipo não se estremece
Onde um lírio é mais caro
Do que uma farsa chamada de prece.




Onde os caminhos se encontram
Onde as mulheres adoram
Onde as ondas se quebram
Em que tudo que é velho rejuvenesce.




Onde as rugas não mentem
Onde as trufas são impregnadas de odor
Onde as camas chamam os casais
Quando não se envergonham do que se chama, amor.

Onde os amigos não erram
Onde os infantes fazem preces
Onde os homens acordam e choram
Quando a verdade de crueldade não se veste.




Onde os poetas deliram
Onde as meninas ensinam
Onde as palavras são coisas
E as coisas são mais do que acontecem.

Onde os professores não calam
Onde os amores adornam suas falas
Onde as armas não entram
E os generais não usam mais de fardas.




Então é onde estamos
Ou será que nunca compramos
Onde os dias são luzes
E as luzes em tudo escurecem os danos.

Onde não paro de escrever
Onde a escrita é sacerdócio e prazer




É justamente quando eu acordo
E na minha vida realmente
Encontro o mim em você.

Um lugar cheio de paz
Onde cada alma se dá e se faz
Por que os minutos são mais que ouro




E o outro não é o inferno de Sartre
Nem tão pouco a nossa alcatraz.




Se  existe este lugar me digas
Que lá farei meus versos e leitos
E de mim a minha alma não logra nem migra
Tão pouco sair 




sem sorrir, jamais.




“Um Éden” – Czar D’alma