O fim da eternidade – Czar D’alma.
O fim da eternidade.
Tenho dores terríveis
Quem iria saber?
Quem deseja o medo
Que alguém deixa de comer.
Eu estendo as mãos
Eu sonho com a vida
Eu corro atrás de mim
Desfaço da ferida.
Eu pertenço a um mundo
Onde as mãos não se encontram
Os abraços nunca se apertam
Eu ando por todo meu próprio deserto.
Eu estendo as mãos
Eu calo a ferida
Eu quero o beijo
Na hora do rush na avenida.
Eu peço muito, quase não percebo
Eu deleito e brinco com meus medos...
Por que os amores acabam
E as pessoas morrem
E as crianças ficam órfãos.
E até os profetas mentem.
Eu não quero chorar
Se você não tiver ao meu lado
Eu sonhei com isso e teus olhos
Lendo e desejando vividamente doar-se
Paro e me perco
Soluços hão de surgir
Da madrugada que esvaneço.
Me abraça, não me cobra nada.
A alma que entende o silêncio da fala.
Percebe que democrática é a dor
Pois, monarca é a morte e o amor.
Me abraça e não me diz mais nada
Senão palavras doces e frias
Com as suas malícias e mentiras.
Eu desejo um minuto e um beijo.
Antes que a terra nos engula
Sem fome e na gula.
Eu to indo embora
Embora você já saiba
Se eu não fico no teu sonho
Eu sou pra ti apenas, manada.
Então é assim, eu e você e um fim.
Que a eternidade tenha compaixão
Dessa dor que abraça e não pede razão.
Nem sei como dizer
Apenas digo que lhe quero
Um querer e outro desespero
e nosso mundo em sorriso amarelo.
Logo, logo a gente apaga a luz
Acendendo a saudade do que passou
Sendo eternos, intensos e chorosos
O fim da eternidade – Czar D’alma.