2011/10/04

Essa Velha Criança em Mim

            "Essa Velha Criança em Mim" 




                       




De cada folha caída verter a esperança
Às margens de uma dança, quase Ipiranga
Onde o índio sonha e a cidade toma a lança
Ressurge o homem da inspiração, jactância.


Por cada pôr do sol que há em mim
Atravessar o rio que, me desnuda do fim
Olhando os cabrestos dos quais me arrendi
Canto a minha canção nos olhos de criança


Quem sabe da vida a dança
Quem se embriaga de esperança
O homem que há em mim
Que adormece na mulher com ciranda


Eu ponho meu pé na estrada
Vou e vôo com a minha jornada
Bebendo o lírio que nunca cansa
Eu sei que, mesmo velho sou sempre criança


Eu tenho uma saudade nua
Um monte de mentiras pra dormir
Mas são as minhas pisadas que me ensinam
Pra nunca amar o que ensina a mentir.


Quero o anseio da amada mulher
Acordar entre amigos, irmãos, ter fé
Na aurora da vida, poder com Deus falar


E quando enfim a lápide se armar
Eu desnudo e contente
Poder ir 




Deitar.






Czar D’alma




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