2013/04/08

“Uma menina e sua ferida” – Czar D’alma.


“Uma menina e sua ferida” – Czar D’alma.







“Uma menina e sua ferida” – Czar D’alma.



Eu recolho as flores de mim
Eu tenho a frase guardada como cetim.
Deito-me em casa e adormeço em meus abismos.
Mas, quando estou só, me viro e sangro cinismos.




Eu recolho-me comigo
Deito cada gesto que jamais fez, meu marido.
Eu sou uma canção sem compasso
Eu sou, ou não sou o que penso e faço.

Uma menina que ama o regaço
Um olhar que é de onde me desfaço
Retalho-me comigo e não me acho...
Eu ainda preciso de algum, alguém, um abraço.




Sou a lágrima em campo de concentração
Sou a coisa que querem esquecer do alemão.
Então, o que sou, senão a dor esvaziada
E ainda em vão.

Uma menina doce cheia de amargor
Quando eu fui feliz, não foi o professor.
Em tempos de sorrisos, ninguém me deu a flor.




Ainda canto, danço e choro só
Olho nos olhos dos homens
E não sei o que é pior.
Uma menina no campo sem roupa, e com nó.

Eu sou a canção de Milena
Uma bailarina em sua própria cena
Um tango sem sedução
Corpo sem flores nem caixão.




Ando comigo e não me basto
Quando entendo o verso
Eu sou um lugar vazio e vasto
Onde é que entrego esse elmo.

Calo e corro pelos campos
A procura de amigas minhas...
Mas me esqueci, nunca me disseram
Da vida vivi recolhida e sozinha.




Sou a rosa do povo sem flor
Um camaleão sem cheiro ou cor
Mas,  quando acordo
Olho pros céus e me pergunto...




Onde habita 




o amor.




“Uma menina e sua ferida” – Czar D’alma.



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