2021/03/31

Por um holocausto extinto – Czar D'alma.

Por um holocausto extinto – Czar D'alma.




Por um holocausto extinto


Eu diria que foi a noite

que tirou a vida dentre nós

porque eu sempre culpo a sorte

onde negamos ou podemos mais.


Eu conto estórias infantis

sonho com um mundo

que só dentro de mim

realmente pode existir.


Eu corro, eu brinco e choro.

Mas são as noites que falam comigo

o quanto é tudo verde até o alecrim

que a pedra da esquina era o fim.


Mas eu acordo com meus diálogos

quase ninguém quer saber

eu abro minha caixa de Pandora

e faço discursos aos governos à fora.


Eu amo as crianças

eu gosto de ver os velhos sorrir

jamais quis ver os seus rostos

em meio às lágrimas do tempo e porvir.


A vida tem duas sentenças

uma que seja eterna a dor do existir

e a outra é esperar uma sepultura

pra saber que já estiveste por aqui.


Não gostam eles dos delírios

dos remédios que os homens me forçam

dizendo que não sou perfeito como seus dotes

onde arrasam os fracos e quem teme são os fortes.


Eu risco o céu, eu brindo com deuses.

Mas quando vou sorrir me entorpecem

com suas mentiras e verdades em doses.


Eu quase não sei quando é dia

por que todo momento a água

do nosso banho é suja e fria.


Meus amigos vestem brancos

me inserem metais nos braços e veias

mas quando estou adormecendo sempre prometem

que voltarei da aranha ser a presa e a teia.


Não digo mais nada, não falo nem calo

apenas existo entre quatro paredes brancas

onde tudo que me resta é da visita o abraço.


Não pensam em mim, nos natais pelas noites

meus amigos se vestem de brilho e se vão

para suas famílias de onde nunca sair deverão.


Por que a solidão, a medicação e as vozes

estarão comigo eternamente

mesmo quando eles sorriem

e sozinho me deixam ao chão.


Holocausto Brasileiro nas ruas ao céu aberto

eu sei o quanto eu sofro, mas não sei

o quanto de choque me dão.


Hoje eu volto a dormir

pra que eles me imaginem melhor

quero apenas um gesto meigo e um ouvido...

onde meu mundo não ameace deles o sentido.


Seria justo, seria certo a minha reclusão

mas eles também carecem de afeto

mas não sabem como nos darão.


Então, eu pego o lençol e brinco

subo à porta, amarro a verdade

me sufoco, solto voo e nada mais sinto.



Por um holocausto extinto – Czar D'alma.31/03/2021

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