Por um holocausto extinto – Czar D'alma.
Por um holocausto extinto
Eu diria que foi a noite
que tirou a vida dentre nós
porque eu sempre culpo a sorte
onde negamos ou podemos mais.
Eu conto estórias infantis
sonho com um mundo
que só dentro de mim
realmente pode existir.
Eu corro, eu brinco e choro.
Mas são as noites que falam comigo
o quanto é tudo verde até o alecrim
que a pedra da esquina era o fim.
Mas eu acordo com meus diálogos
quase ninguém quer saber
eu abro minha caixa de Pandora
e faço discursos aos governos à fora.
Eu amo as crianças
eu gosto de ver os velhos sorrir
jamais quis ver os seus rostos
em meio às lágrimas do tempo e porvir.
A vida tem duas sentenças
uma que seja eterna a dor do existir
e a outra é esperar uma sepultura
pra saber que já estiveste por aqui.
Não gostam eles dos delírios
dos remédios que os homens me forçam
dizendo que não sou perfeito como seus dotes
onde arrasam os fracos e quem teme são os fortes.
Eu risco o céu, eu brindo com deuses.
Mas quando vou sorrir me entorpecem
com suas mentiras e verdades em doses.
Eu quase não sei quando é dia
por que todo momento a água
do nosso banho é suja e fria.
Meus amigos vestem brancos
me inserem metais nos braços e veias
mas quando estou adormecendo sempre prometem
que voltarei da aranha ser a presa e a teia.
Não digo mais nada, não falo nem calo
apenas existo entre quatro paredes brancas
onde tudo que me resta é da visita o abraço.
Não pensam em mim, nos natais pelas noites
meus amigos se vestem de brilho e se vão
para suas famílias de onde nunca sair deverão.
Por que a solidão, a medicação e as vozes
estarão comigo eternamente
mesmo quando eles sorriem
e sozinho me deixam ao chão.
Holocausto Brasileiro nas ruas ao céu aberto
eu sei o quanto eu sofro, mas não sei
o quanto de choque me dão.
Hoje eu volto a dormir
pra que eles me imaginem melhor
quero apenas um gesto meigo e um ouvido...
onde meu mundo não ameace deles o sentido.
Seria justo, seria certo a minha reclusão
mas eles também carecem de afeto
mas não sabem como nos darão.
Então, eu pego o lençol e brinco
subo à porta, amarro a verdade
me sufoco, solto voo e nada mais sinto.
Por um holocausto extinto – Czar D'alma.31/03/2021
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